Igrejas de Cristo

No começo do século XIX, como consequência do despertamento espiritual que ficou conhecido como o “Segundo Grande Avivamento”, surgiram nos EUA vários movimentos que buscavam a unidade da Igreja e a restauração do cristianismo primitivo. O movimento com o qual nos identificamos foi um deles e ficou conhecido como “A Reforma Presente” e posteriormente “Movimento de Restauração” ou “Movimento Stone-Campbell”. Hoje há igrejas da nossa família da fé em 180 países e somos cerca de 16 milhões de membros.O nosso movimento foi organizado na primeira metade daquele século, entre os anos de 1801 e 1849. Somente no fim da década de 1920 houve uma primeira tentativa de iniciar igrejas da nossa família na fé no Brasil. No entanto, só a partir de 1948 com a chegada do pastor David Sanders conseguimos nos estabelecer com êxito. Desde o princípio nos EUA, as nossas igrejas locais são designadas como Igrejas Cristãs e Igrejas de Cristo. No Brasil adotamos usualmente o nome “Igrejas de Cristo”.Mas, como podemos resumir que tipo de igreja somos? Os dez pontos abaixo ajudarão a entender a natureza da nossa congregação:Somos Uma Igreja Cristã. Nossa mensagem é que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Não exigimos nenhum outro credo além deste: “Jesus é o Senhor e Salvador”;

Somos Uma Igreja de Cristo. A Igreja pertence a Jesus. Não temos nenhum poder para mudar seus ensinos, reescrever regras, propor novas condições para aceitar alguém como membro ou usurpar sua autoridade;

Somos Uma Igreja que Busca a Unidade. Assim como Barton W. Stone, Thomas Campbell, Alexander Campbell, Walter Scott, David S. Burnet, Isaac Errett e outros pioneiros do “Movimento de Restauração” no século XIX, além de milhares de crentes por toda a história da Igreja, procuramos ser um em Cristo com todos aqueles que confessam Jesus como Senhor e Salvador;

Somos Uma Igreja que Busca a Restauração. Queremos imitar o máximo possível os precedentes que temos no Novo Testamento. Por isso o nosso batismo é por imersão, a Ceia do Senhor é celebrada todo domingo e até os nomes que nos identificam são uma maneira de imitar os primeiros discípulos, que foram chamados cristãos em Antioquia (At 11:26) e cujas congregações locais eram frequentemente denominadas como as Igrejas de Cristo (Rm 16:16);

Somos Uma Igreja Apostólica. Tudo o que conhecemos acerca de Cristo e da Igreja temos aprendido através dos ensinos e escritos dos companheiros mais próximos de Jesus, os Apóstolos. Estudamos cuidadosamente o Novo Testamento porque ele registra seus testemunhos e queremos edificar a nossa Igreja sobre este fundamento (Ef 2:19-20);

Somos Uma Igreja que Pensa. A fé cristã exige o melhor das nossas mentes (Ef 1:17-18), por isso queremos conhecer o que a Bíblia ensina e como podemos aplicar inteligentemente seus ensinos ao mundo de hoje;

Somos Uma Igreja que Sente. Não somos uma igreja fria e intelectual. Pelo contrário, nos regozijamos no Senhor, louvamos, oramos, amamos e servimos de coração. Não nos envergonhamos do Evangelho nem de mostrar as nossas emoções ante os demais. Somos uma igreja viva e o Espírito Santo tem liberdade para mover-se entre nós, assim como nas igrejas do Novo Testamento e do “Movimento de Restauração” nas suas primeiras décadas;

Somos Uma Igreja que Compartilha. Devido a emoção que sentimos na presença de Deus em Cristo, compartilhamos avidamente com os outros as Boas Notícias acerca de Jesus. Desejamos ganhar para ele o maior número possível de pessoas . Assim compartilhamos a nossa fé. Também compartilhamos as nossas posses. Nosso dinheiro, propriedades e vidas pertencem ao Senhor. Queremos usar tudo que temos para ajudar a sua causa e a todos quantos temos contato;

Somos Uma Igreja Livre. Como as igrejas bíblicas somos independentes. Não temos papa, cardeais, arcebispos, superintendentes denominacionais ou uma sede central para determinar as políticas a seguir. Como congregação autônoma, elegemos nossos líderes e decidimos para onde irá nosso dinheiro. No entanto, não nos recusamos a cooperar com outras igrejas e nos associamos livremente com outras congregações que compartilham as nossas heranças e convicções, para vivermos a mesma fé, promovermos o reino de Deus, assumirmos o compromisso de fidelidade aos princípios do “Movimento de Restauração” e cooperarmos umas com as outras na execução dos programas missionários. Nossos Concílios e Convenções têm um caráter extremamente de comunhão e não têm nenhum poder deliberativo sobre as igrejas;

Somos Uma Igreja que Cresce. Queremos crescer espiritualmente porque sabemos que ainda não alcançamos tudo o que Cristo quer de nós. Acreditamos que o cristão que não está crescendo no seu relacionamento pessoal com Deus, no amor por Cristo e não está envolvido no serviço cristão perdeu o gozo da sua salvação. Queremos crescer numericamente porque estamos debaixo da comissão de Cristo para fazer discípulos em todas as nações. Não queremos perder a visão da Grande Comissão (Mt 28:18-20). Jesus prometeu aos que verdadeiramente creem nele que poderiam pedir o que quisessem e receberiam. Queremos pedir muito e assim fazer muito e, por fim, ajudar a fazer com que a vontade de Deus seja feita na terra assim como no céu (Mt 6:10).Também confirmamos a nossa identidade com o “Movimento de Restauração” preservando os seus lemas históricos:

“No essencial, unidade; Nas opiniões, liberdade; Em todas as coisas, o amor”;

“Não somos os únicos cristãos, mas somos unicamente cristãos”;

“Nenhum credo além de Cristo; Nenhum livro além da Bíblia”;

“Onde a Bíblia fala nós falamos; Onde a Bíblia cala nós calamos”.

 

Copilado do livro “The Family of God”, por Leroy Lawson, 1980
Standard Publishing, Cincinnati, Ohio
Adapatado a realidade brasileira por Pr. Pedro Agostinho Jr.
Fonte: http://www.movimentoderestauracao.com